Não sou bom com as palavras...
Elas me perseguem, me cercam, me intimidam
e me coagem com suas
fúteis imaginações.
Eu tento persuadi-las e até subordiná-las
aos meus
pensamentos...
É inútil detê-las, escorraçá-las de meu vocabulário,
“por ora”,
vulgar, imoral e inconcebível.
Estou farto de todas elas, dos seus elogios,
das suas acusações
e das suas cínicas extravagâncias...
Evito falar o máximo para não dar vida a elas,
escrevê-las então, seria o mesmo que
eternizá-las numa folha de papel em branco.
Más, quando estou sozinho
num solilóquio completamente meu,
é aí
onde enxergo a minha alma em toda sua essência.
Lá bem no fundo do seu âmago,
escondidas em um submundo inóspito,
todas elas se fazem presentes...
Eu tentei! Juro que tentei com todas as minhas forças,
mata-las
dentro de mim.
Elas venceram... Como um vírus
incrustaram em minha carne.
Elas me derrotaram e zombaram de mim...
Não sou bom com as palavras, a poesia é que o diga.
Sucumbo a todas elas, uma por uma até não mais existir.
Suas ideias e suas vontades,
“por ora”, morro com todas elas.
Elas me venceram no átrio de uma poesia triste.
Marcelo Zacarelli
Village, 12 de Setembro de 2020
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