15 janeiro 2022

Conjectura Leviana - Poema de Marcelo H. Zacarelli

 


Conjectura Leviana

Hoje acordei pensativa, 
talvez duvidando da minha própria imagem
Ao olhar o meu rosto no espelho da imaginação, 
procurei-me dentro de mim
Encontrei-me em um semblante sincero e sofrido, 
que apesar de abatido brilhava como luz intensa;
Então me perguntei o porquê desta tua conduta leviana
Quando sentastes perante o tribunal das ilusões 
e fizestes um pré-julgamento em tua consciência
Não te importastes com o meu direito de defesa
Ao contemplar o meu semblante diga-me 
o que é que o teu olhar te traduz?
Por ventura acreditas-te o que vês à tua frente?
Como podeis julgar a beleza de uma rosa 
sem ao menos sentir o seu perfume
Não reconheces o ouro quando pisa os teus pés?
Por não teres a capacidade de antes tentar lapidá-lo;
Deixando assim escapar o brilho pelas tuas mãos
Quem és tu que observa e julga as aparências?
Ou tens a soberba em teu peito 
a ponto de dizeres que em tua 
vasta jornada conheces o segredo de uma mulher?
Então me diga o que sinto quando olhas em meus olhos?
Quando toca as feridas no meu corpo?
Com toda a tua experiência não ouvistes 
dizer que o caráter é a porta da razão;
Colocastes-me diante de falsos juízes, 
recém formados na escola da vida
Entregastes-me nas mãos de promotores desonestos, 
quão colecionavam derrotas em 
seus currículos questionáveis não reconhecidos 
perante a sociedade da razão;
Porém como advogado de defesa, a ti, 
apresentei a transparência de minha alma
E não encobri da tua visão o que vestia o meu exterior
Porém na tua indulgência, 
não destes a ti mesmo a oportunidade 
de buscar no mais profundo oceano 
do coração de uma mulher 
as chaves para abrir um baú de sonhos;
Não acreditastes em teu potencial 
ao ignorar a tua própria reputação
Planejastes um cortejo fúnebre em teus pensamentos, 
a menos que tenhas enterrado a ti mesmo 
em tua própria concupiscência;
Lembre-se ao entrar em juízo 
pela aparência de uma mulher, 
por mais que tenhas uma promotoria competente, 
baterás de frente com a derrota;
Saberás que jamais poderão condenar 
os sentimentos de uma mulher, 
por não terem provas o suficiente, e mesmo que 
testemunhes falso, não poderão entrar em 
um coração para julgar o que ele sente;
Se passares por mim e não me veres, 
não voltes a procurar por mim novamente;
Estarei escondida nos mínimos detalhes 
ignorados pela pobreza dos teus olhos.

Carta oferecida há certo Sr. Advogado, 
após ignorar certa pessoa 
pela sua aparência em decorrência ao seu caráter. 
Em defesa de C. Ribeiro dos Santos.


Marcelo Zacarelli
Itaquaquecetuba, 18 de Abril de 2002.



Entregastes-me nas mãos de promotores desonestos, 
quão colecionavam derrotas em seus currículos questionáveis...

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