Átrio da Demência
Espera encontrar-me no átrio da demência
Tu profanas no escândalo da concupiscência
Vara-me com pensamentos inescrupulosos
Ridiculariza-me com teus anseios
Despista as minhas intenções.
O inferno está a um passo da irracionalidade
Sorte é estar despido da tua imprudência
Os teus olhos que repugnam as minhas defesas
As teias da tua indolência equilibram meu sofrer.
Espera encontrar-me a beira da loucura
Do precipício dos prazeres
Me faz escalar os degraus da tua carne
E descer o rapel da indecência
Imaginar que posso fugir é utopia
Gritar na surdez da esquizofrenia.
Subestima o predador a sua presa
E debocha da tua caça abatida
Maquiavélica rege os meus movimentos
Meus tormentos e fraqueza
Não mais tornarei a ser eu em sã consciência
Uma vez que provastes do meu amor
No átrio da demência.
Marcelo Henrique Zacarelli
São Paulo, Janeiro de 2011 no dia 10
As teias da tua indolência
equilibram meu sofrer...
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