02 junho 2015

Canção da Torre Mais Alta - Arthur Rimbaud

Catedral de Notre Dame

Canção da Torre Mais Alta

Ociosa juventude
De tudo pervertida
Por minha virtude
Eu perdi a vida.
Ah! Que venha a hora
Que as almas enamora.

Eu disse a mim: cessa,
Que eu não te veja:
Nenhuma promessa
De rara beleza.
E vá sem martírio
Ao doce exílio.

Foi tão longa a espera
Que eu não olvido.
O terror, fera,
Aos céus dedico.
E uma sede estranha
Corrói-me as entranhas.

Assim os Prados
Vastos, floridos
De mirra e nardo
Vão esquecidos
Na viagem tosca
De cem feias moscas.

Ah! A viuvagem
Sem quem as ame
Só têm a imagem
Da Notre-Dame!
Será a prece pia
À Virgem Maria?

Ociosa juventude
De tudo pervertida
Por minha virtude
Eu perdi a vida.
Ah! Que venha a hora
Que as almas enamora!

(Arthur Rimbaud)

O Poeta Francês Rimbaud

Jean-Nicolas Arthur Rimbaud (Charleville, 20 de outubro de 1854  — Marselha, 10 de novembro de 1891). 

Infância e Adolescência

Alenor Rimbaud nasceu no seio da classe média provincial de Charleville (hoje parte de Charleville-Mézières) em Ardenas, departamento no nordeste da França. Ele foi o segundo filho de Vitalie Rimbaud (Cuif, antes de se casar) e o Capitão Frédéric, que lutou na conquista da Argélia e foi premiado com a Légion d'honneur. Logo depois que o casal teve a quinta criança (Frédéric, Arthur, Victorine (que morreu um mês depois do nascimento), Vitalie e Isabelle), o pai deixou a família. Crescendo separadamente de seu pai, pelos escritos de Rimbaud é evidente que nunca se sentiu amado por sua mãe. Quando garoto era impaciente, inquieto, porém um estudante brilhante. Pela idade de quinze anos ganhou muitos prêmios e compôs versos originais e diálogos em Latim. Em 1870 seu professor Georges Izambard se tornou o mentor literário de Rimbaud e seus versos em francês começaram a melhorar rapidamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário