Luzes sobre as Sombras
Vós que entrai por estas portas
Notai que a fortaleza geme
Guardam segredos sombrios, faces obscuras
Fardos pesados, promíscuos desgraçados...
Lançai luzes sobre as sombras
Vós que olhais a retina esbugalhada
Vês, más não enxerga a borrasca
Cinzenta esparramada, piras apagadas...
Doentes obtusos; marchais!
Desprovidos da culpa, da calamidade social
Encerrados estais em vossa própria cabeça
Comeis da migalha do opróbrio, a consciência...
Ernesto compôs melodias tristes
Rosário criou a arte dos horrores
Stela escreveu as estrofes da vergonha
Miseráveis capatazes! Não notais que estes!
Espalhais luzes sobre a escuridão
Juliano Moreira! Presente...
Onde está perdida a psiquiatria científica?
Os Portões da tua Colônia estão abalados
Almas que clamam silenciosamente pela morte
Orlanda abraçai a vossa irmã Jorgina
Brigite; não me esquecerei das tuas lágrimas insanas
Uni-vos pela vida ou pela morte
Descansai sobre o poema daquela Negra Patrocínio
Se não fores cego, olhai atentamente
Vereis que não estou sozinha...
"Olha quantos estão comigo
Estão sozinhos
Estão fingindo que estão sozinhos
Pra poder estar comigo"
"Homenagem às almas que viveram no
Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira"
Marcelo Henrique Zacarelli
Village, 28 de fevereiro de 2016
Encerrados estais em vossa própria cabeça
Comeis da migalha do opróbrio, a consciência...
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário