24 julho 2016

Os Irmãos Karamázov - Meus Livros

Romance Publicado em 1880

Os Irmãos Karamazov
Fiódor Dostoiévski

Os Irmãos Karamazov, é um romance de Fiódor Dostoiévski, escrito em 1879, uma das mais importantes obras das literaturas russas e mundiais, ou, conforme afirmou Freud: "a maior obra da história". Freud considera esse romance, juntamente com "Édipo Rei" e "Hamlet", três importantes livros a respeito do embate pai e filho, e retratam o complexo de Édipo.

Obra aclamada pela crítica, trata-se de uma narração muito pormenorizada como que de uma testemunha dos aludidos fatos numa cidade afastada russa. O narrador pede constantes desculpas ao leitor por não saber alguns fatos, por considerar a própria narrativa longa (mesmo nos formatos grandes o livro passa de 900 páginas) e por considerar seu herói alguém pouco conhecido ou, até mesmo, insignificante. A narrativa não só conversa com o leitor, mas é omnipresente e também indica ou infere os pensamentos dos incontáveis personagens.

Provavelmente o nome Karamázov foi forjado a partir de "kara", "castigo" ou "punição", e do verbo "mázat", "sujar", "pintar", "não acertar". Significaria, então, aquele que com seu comportamento errante vai tecendo a sua própria desgraça', segundo nota dos tradutores da obra.


Sinopse: 

A narrativa trata da história de uma conturbada família em uma cidade na Rússia. O patriarca da família é Fiódor Pavlovitch Karamázov, um palhaço devasso que subiu na vida principalmente devido aos dotes de suas duas mulheres, ambas mortas de forma precoce, e à sua mesquinharia. Com a primeira mulher tem um filho, Dmitri Fiodorovitch Karamázov, que é criado primeiramente pelo criado que mora na isbá ao lado de sua casa e depois por Miússov, parente de sua falecida mãe. Com a segunda mulher tem mais 2 filhos: Ivan e Aliêksei Fiodorovitch Karamázov, que são criados também por um parente da segunda mulher do pai de ambos. Ao passo que Ivan se torna um intelectual, atormentado justamente por sua inteligência, Aliêksei se torna uma pessoa mística e pura, entrando para um mosteiro na cidade.

De uma querela financeira entre o pai e seu primogênito, também devasso porém honrado, nasce também a disputa por uma mulher, Gruchénka, que levará ambos a descomedidos atos que resultarão na morte de Fiódor Pavlovitch Karamázov. Este livro foi considerado por muitos como a maior obra de literatura já escrita, entre eles Nietzsche.

Os irmãos Karamázov deveria ter uma continuação, onde o narrador exporia de melhor forma o caráter de seu herói, o filho mais novo Aliêksei Fiodorovitch Karamázov, para o qual esta narrativa seria a primeira parte de sua biografia, porém Dostoiévski morreu antes de finalizar a segunda parte de sua obra. Dostoiévski declara no início do prólogo que a obra é, de fato, sobre Alieksiéi: ao começar a biografia de meu herói, Alieksiéi Fiódorovitch, sinto-me um tanto perplexo. Com efeito, se bem que o chame meu herói, sei que ele não é um grande homem; prevejo também perguntas deste gênero: "Em que é notável Alieksiéi Fiódorovitch, para que tenha sido escolhido como seu herói? Que fez ele? Quem o conhece e por quê? Tenho eu, leitor, alguma razão para consagrar meu tempo a estudar-lhe a vida?"

Epílogo:

A seção final começa com a discussão de um plano desenvolvido para a fuga de Dmitri de sua sentença de vinte anos de trabalhos forçados na Sibéria. O plano não chega a ser plenamente descrito, mas parece envolver Ivan e Catierina subornando uns guardas. Aliócha aprova, primeiro porque Dmitri não está emocionalmente preparado para se submeter a uma sentença tão dura, segundo porque é inocente, e terceiro porque nenhum guarda ou funcionário seria prejudicado ao ajudar na fuga. Dmitri e Grúchenka planejam fugir para a América e trabalharem como agricultores ali por vários anos, e depois retornarem à Rússia sob nomes americanos falsos, porque ambos não conseguem conceber viverem fora da Rússia. Dmitri implora que Catierina o visite no hospital, onde está se recuperando de uma doença antes de ser enviado à Sibéria. Nessa visita, Dmitri pede desculpas por tê-la magoado; ela por sua vez pede desculpas por ter apresentado a carta acusadora durante o julgamento. 

O romance termina no funeral de Iliúcha, onde seu amigos ouvem o “Discurso Junto À Pedra” de Aliócha. Este promete lembrar Kólia, Iliúcha, e todos os outros meninos e mantê-los no coração, embora tenha de deixá-los e possa não vê-los de novo até que muitos anos tenham decorrido. Implora que amem uns ao outros e que sempre recordem Iliúcha, mantendo sua lembrança viva em seus corações e lembrando aquele momento junto à pedra quando estiveram todos juntos e amaram uns ao outros. Aliócha então narra a promessa cristã de que um dia se reunirão após a Ressurreição. Chorando, os doze meninos prometem cumprir aquilo que Aliócha lhes pede, dão as mãos e retornam à casa de Snieguirióv para o jantar do funeral, gritando: "Hurra, Karamázov!"

Os Irmãos Karamazov,
é um filme norte-americano de 1958.

Os Irmãos Karamazov (The Brothers Karamazov, no original em inglês) é um filme norte-americano de 1958, do gênero drama, dirigido por Richard Brooks e estrelado por Yul Brynner e Maria Schell.

Lee J. Cobb no papel de Fiódor Karamazov

O filme deu a Lee J. Cobb, como o patriarca da família, sua segunda e última indicação ao Oscar.

Dimítri Karamazov, oficial russo insensível, tem dormido com Grúchenhka, amante de seu pai, o imoral e dominador Fiódor, sem que este suspeite. Dimítri tem dois irmãos: o frio intelectual Ivan e Aliócha, o caçula angélico, o cristão ideal. Ambos acabam por também receber as atenções da libidinosa Grúchenhka. Há, ainda, o meio-irmão Smierdiákov, epiléptico cujo papel na história fica claro após a morte do patriarca.

Dostoiévski em 1863

Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski (Moscou, 11 de novembro de 1821 — São Petersburgo, 9 de fevereiro de 1881) – ocasionalmente grafado como Dostoievsky – foi um escritor, filósofo e jornalista russo, considerado um dos maiores romancistas da história e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos. É tido como o fundador do existencialismo, mais frequentemente por "Notas do Subterrâneo", descrito por Walter Kaufmann como a "melhor proposta para existencialismo já escrita".

Seu último romance, "Os Irmãos Karamazov", foi considerado por Sigmund Freud como o melhor romance já escrito. Perigoso, segundo Josef Stálin, até 1953 o currículo soviético para estudos universitários sobre o escritor o classificava como "expressão da ideologia reacionária burguesa individualista". Segundo ele mesmo, seu mal era uma doença chamada consciência. A obra de Dostoiévski exerce uma grande influência no romance moderno, legando a ele um estilo caótico, desordenado e que apresenta uma realidade alucinada.

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