Bocas que se Calam
O vento passa com suas mãos sorrateiras
Apalpando tudo que vê pela frente
As árvores derrubarão suas bocas
Uma a uma, famintas...
Contorcidas e molhadas
Estremecidas, procuram umas as outras
Sedentas por um bocado
Do orvalho das salivas;
Matam a sede
Simultaneamente
Até que o vento as separem
Arrogantes quase louca...
Até que as árvores produzam outras bocas
A saudade subsistirá
Transpassando os corações,
Bocas que se encontram
Estranhas nas entranhas;
Bocas que se calam
Pela dor da solidão.
Marcelo Henrique Zacarelli
Village, 08 de Julho de 2014
Sedentas por um bocado
Do orvalho das salivas...
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