Sulco das Rugas
Já fostes um verdor na primavera
Choraste uma lágrima límpida e forte
No intrépido negrume dos teus olhos
O lodo da pupila se confunde com a noite
Eis aí o sulco das tuas rugas
Chegaram sem qualquer destreza
Silente como a passagem dos teus anos
Teu sangue carmim clama por socorro
A lápide venera os seus mortos
Um hieróglifo diminuto e esquecido
Não tentes compreender o amor
Agora é que começaste a viver...
Que vácuo mortífero preenchem estas urnas
Falo do seu coração, tumba sem fim...
Eis aí o sulco das tuas rugas
Não olhes no espelho; não envelhece o coração.
Marcelo Henrique Zacarelli
Village, 22 de fevereiro de 2016
No intrépido negrume dos teus olhos
O lodo da pupila se confunde com a noite...
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário