24 janeiro 2023

Morte em Veneza - Filme

 








A novela Morte em Veneza, escrita por Thomas Mann, foi publicada em 1913. Conta a história de Gustav von Aschenbach, um prestigiado escritor alemão de meia idade que passa por um período de bloqueio criativo e, tomado por um impulso, decide viajar para Veneza em busca de descanso. Lá ele fica hospedado em Lido – uma ilha situada na entrada da laguna de Veneza – e no hotel, encanta-se com o jovem polonês Tadzio, de apenas 14 anos, que passava o verão com a família (mãe, governanta e suas irmãs). Além da beleza, o que chama atenção de Gustav é o ar de liberdade emanado por Tadzio, que se destaca no meio de suas irmãs que assumem uma postura mais séria e contida, comportamento esperado das mulheres na época.


A aparência de Gustav, criada por Mann, foi inspirada no compositor Gustav Mahler, que faleceu aos 50 anos, em 1911, na mesma época que o escritor estava em Veneza, onde a história nasceu. No filme de Luchino Visconti, de 1971, o diretor transforma o protagonista em compositor, trazendo para a tela o universo das músicas de Mahler. O filme é preciso na interpretação visual que faz da camada filosófica da obra. Outro diferencial no longa metragem é que a história começa quando Gustav já está no navio a caminho de Veneza, o que só acontece no terceiro capítulo do livro.


Não podemos esquecer o que significa essa Morte anunciada no título da obra, que é representada em vários momentos ao longo da trajetória do protagonista. Desde o velho no navio até a figura do gondoleiro que leva Gustav para  Lido – representação de Caronte, o barqueiro de Hades, responsável pela travessia das almas – e, mais tarde, o cólera. Veneza vivia uma epidemia da doença, que era amenizada pelas autoridades, devido à preocupação com a perda dos turistas, principal fonte de renda da cidade. Desde o início do livro, já sabemos o seu fim. Afinal, em algum momento deve acontecer a tal morte em Veneza. Gustav é cercado por ela o tempo inteiro, mas sucumbe apenas quando se entrega ao prazer do seu lado dionisíaco.


O filme Morte em Veneza, de Visconti foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1971 e ao Oscar na categoria Melhor Figurino em 1972. Quando Hitler tomou o poder, Thomas Mann já era um escritor consagrado e virou porta-voz da resistência ao ditador alemão. Seus discursos transmitidos pela Rádio BBC eram um verdadeiro bombardeio ao Terceiro Reich.


Paul Thomas Mann nasceu em 6 de junho de 1875, em Lübeck, Alemanha. Foi escritor, romancista, cronista, ensaísta e crítico social. Recebeu o Nobel de Literatura, em 1929, pelo seu primeiro livro, Os Buddenbrooks (1901), e é considerado um dos maiores romancistas do século XX.
Aos 36 anos, escreveu a novela A Morte em Veneza, que alia o seu já conhecido estilo rebuscado, prolixo e repleto de ironia romântica ao que é chamado de fase nietzschiana do autor. Nesta fase, ele explora o conceito de apolíneo e dionisíaco, forças opostas da criação artística. Para Nietzsche, nenhuma obra pode ser inteiramente uma ou outra força. Deve haver um equilíbrio entre a beleza harmoniosa e comedida representada por Apolo e o caos, a embriaguez e a paixão que são símbolos de Dionísio.



 Marisa Berenson..  Frau von Aschenbach
 Silvana Mangano..  Mãe de Tadzio
 Dirk Bogarde..  Gustav von Ascenbach
 Romolo Valli..  Gerente do hotel
 Mark Burns..  Alfred
 Bjørn Andresen..  Tadzio




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